Você sabia que há emoções que podem viciar o nosso corpo ao
ponto de ficarmos dependentes delas como qualquer droga?
A ciência descreve as emoções humanas como estados
passageiros que podem ser avaliadas em termos de tipo, intensidade, duração,
variabilidade, mobilidade, amplitude e expressividade (entre outros parâmetros
mais ou menos significativos).
Esta breve descrição permite perceber que são estados
altamente dinâmicos e que mobilizam o organismo (de alguma forma, as emoções
descrevem também o estado de saúde já que são profundamente orgânicas pese
embora a sua componente psicológica).
Numerosas pesquisas têm vindo a alertar para uma situação
que está a tomar proporções preocupantes e que já conta com milhões de vítimas.
É o caso das emoções agressivas que
romperam com uma das suas características. Tornaram-se "emoções de longa
duração" (E.L.D.) e adquiriram a natureza de um vício ao envolverem
químicos (hormonas) produzidos pelo organismo como são a adrenalina, o cortisol e as endorfinas.
As pessoas que sofrem de E.L.D. queixam-se de extremo cansaço, dificuldade em reagir, profunda desmotivação, dores musculares, períodos de sonolência diurna, perda de apetite ou a busca de alimentos açucarados como o chocolate de leite.
As pessoas que sofrem de E.L.D. queixam-se de extremo cansaço, dificuldade em reagir, profunda desmotivação, dores musculares, períodos de sonolência diurna, perda de apetite ou a busca de alimentos açucarados como o chocolate de leite.
COMO SE FORMAM E ATUAM AS E.L.D.
Geralmente as emoções seguem uma sequência: início, carga,
tensão, descarga e recuperação. Pode demorar minutos ou horas, e eventualmente repetir-se como acontece com o medo (uma emoção primitiva e vulgar).
No caso das E.L.D. acontece que as emoções ficam
prisioneiras de uma ou mais situações e mantêm-se por longos períodos, variando
apenas na sua intensidade. Diz respeito a emoções negativas que são
desencadeadas e alimentadas por acontecimentos da vida.
A sua presença gera uma tensão nervosa constante obrigando o
corpo a produzir mais adrenalina, mais cortisol e mais endorfinas já que - e
este ponto é crucial - cria-se um ciclo vicioso e não há a etapa final de vida
de qualquer emoção: a recuperação da estabilidade. O corpo mantém-se sempre em
estado de alerta e defesa (injetando adrenalina no sangue e provocando
distúrbios como nervosismo, hiperatividade, hipertensão, dores musculares,
palpitações, problemas digestivos, etc. seguindo-se da produção de endorfinas que atuam como alívio dado o facto de ter propriedades analgésicas e
prazerosas).
Ou seja, para que o corpo possa resistir à persistência da
agressão química ele auto injeta-se de endorfinas (palavra composta por
"endo" que significa interno e "morfina" - um forte analgésico).
A pressão e a confusão geradas pelas E.L.D. levam ao desgaste
do organismo podendo contribuir para o
desencadear de inúmeras doenças, incluindo as de foro cancerígeno (oncológico).
As emoções que contribuem para uma situação de E.L.D.
derivam de eventos e situações da vida - elas próprias prolongadas e que são
geradoras de angústias, desgostos, traumas, perdas emocionais, desesperança,
ofensa, etc.
O ciclo torna-se vicioso e requer um tratamento específico
pois - e isto é importante que se diga - a pessoa com E.L.D. acaba por
"aprender" a viver com preocupações, conflitos e stress, necessitando
daquelas "drogas" que o seu próprio corpo produz e a que se habituou,
em especial as hormonas calmantes e euforizantes (no caso, as endorfinas).
Não se pode acusar uma pessoa que sofra de E.L.D. de
procurar viciar-se. Ela está doente e viciada. E, por conseguinte, vive num círculo
infernal que, a prazo, vai despoletar qualquer doença orgânica mais grave
ainda.
Não se confunda o síndrome de E.L.D. com a depressão. Um estado depressivo pode ser sintoma da presença de "emoções de longa duração" agressivas.
Nelson S Lima