A felicidade é algo profundamente humano. Se é verdade que para alguns ela não passa de um sonho (Voltaire) para outros é o objetivo central da vida (Dalai Lama).
Assunto discutido desde os antigos pensadores, a felicidade
tem-se apresentado como um conceito ambíguo e daqui tem nascido a ilusão de que
existe em algum lugar e em algum tempo (presente ou futuro) onde se possa ir
buscar.
A esperança de que a procura da felicidade pode ser bem
sucedida tem levado a muitos dissabores e desilusões. Vejamos algumas ideias
aprendidas da psicologia evolutiva (aquela que estuda a evolução da mente
humana ao longo da história) e da antropologia (ciência que estuda o ser humano
em contexto cultural e a civilização).
1º A felicidade não é um estado permanente que se possa ter
como garantido.
2º A felicidade é feita de momentos de bem-estar e prazer
máximos (que podem levar ao êxtase momentâneo).
3º A felicidade é um sentimento que varia de intensidade
devido a outros sentimentos que se cruzam com ela e a modelam (uma pessoa que
se sente feliz não deixa de viver situações de desilusão, incerteza,
descontentamento, medos ou doenças que abalam o seu estado de espírito).
4º A felicidade deve ser entendida como a expressão de um
onda de alegria e prazer quando obtemos algo que sentimos como uma recompensa.
5º Existem diferentes tipos de felicidade (eu aprendi que
existem 17 tipos possíveis - alguns inimagináveis!) e que todos nós
experimentamos muitos deles ao longo da vida.
6º Não se aprende a ser feliz como se aprende a escrever
pelo que não há receitas definitivas (nem eficazes nem milagrosas).
7º A felicidade é uma experiência de vida que é de domínio
muito privado e pessoal pelo que cada pessoa tem a sua própria forma de viver
os seus momentos felizes.
Nelson S Lima