Platão, um antigo filósofo, temia as emoções. Ele
descrevia-as como algo desconcertante, oposto à razão e à lucidez da lógica. Já
Darwin, o autor de "A Origem das Espécies," considerava as emoções um
produto natural da nossa adaptação à vida.
Hoje temos consciência que elas fazem parte da nossa
natureza, da nossa própria intimidade psicológica tal como os pensamentos que
fluem na nossa mente. A diferença é que as emoções são geralmente bem mais
fortes que os pensamentos.
Há emoções que nos são facultadas pela Natureza, como o medo; outras, tal
como a vergonha, são aprendidas. Há emoções agradáveis e estimulantes e há
também emoções desconfortáveis e inibidoras.
Ah, e as emoções de prazer! Que boas
elas são! Algumas manifestam-se de forma serena; outras apresentam-se
carregadas de excitação saudável!
As nossas emoções
têm origem abaixo da consciência (estas estão agarradas nas profundezas da
mente e, todavia, influenciam nossa vida: nossas opções, nossas preferências,
nossos comportamentos e até nosso estado de saúde).
Sabia ainda que as emoções podem provocar um distúrbio
chamado "catatimia" que impede a inteligência de dar o seu melhor e
até provocar, em casos severos, pseudodebilidade mental? Já ouviu falar em
distimia, angústia existencial, anedonia, neotimia, ecoprese, tiques e outras
perturbações ligadas às nossas vivências emocionais?
Na nossa vida emocional cabem ainda os sentimentos, as
paixões, os afectos, o humor... De tão importantes que são, os estados emocionais e a forma
como os sentimos, devem merecer o nosso estudo. É que eles determinam a nossa
qualidade de vida, a nossa vontade de agir e até a nossa saúde.
Sendo tão complexa, a nossa vida emocional merece,
finalmente, ser descodificada numa linguagem acessível a todos aqueles que
desejem conhecer-se melhor e aos outros.
Na verdade, conhecemos ainda muito pouco sobre a nossa vida
emocional e menos ainda sobre a dos outros pois cada emoção é uma experiência
que só o próprio percebe.