EMOÇÕES HUMANAS

O que são as emoções? - Para que servem? - Como se exprimem? - Como nos afectam? - Visão biológica - Visão médica - Visão psiquiátrica - Visão psicológica - Visão filosófica - Visão espiritual - Afectividade e saúde - Perturbações e doenças da emoções - Emoções não conscientes e conscientes - Os relacionamentos e as emoções - A comunicação emocional - A regulação das emoções - Como as emoções auto-organizam a mente - Como as emoções mantêm a mente integrada e unida - O conceito do EU - O Código das Emoções para o bem-estar e a felicidade.

TEXTOS de Nelson. S. Lima

As emoções à luz das ciências

A palavra "ciência" significa, na verdade, conhecimento. Representa o esforço para descobrir e aumentar o conhecimento humano de como a realidade percepcionada funciona. Mas, em rigor, trata-se de um corpo organizado de conhecimentos adquiridos por estudos e pesquisas.

Este blogue visa uma abordagem inicial de um conjunto de conhecimentos, observações, opiniões, ideias e teorias diversas sobre as emoções humanas. Não obstante, e porque pretende ser objectivo, merece o título de CIÊNCIA DAS EMOÇÕES.

O público-alvo é toda a pessoa que queira saber um pouco mais e sobretudo clarificar conhecimentos e até mesmo crenças, pois as emoções pertencem a um domínio onde persistem algumas confusões e até contradições, nomeadamente conceptuais e linguísticas. Confundem-se, por exemplo, afectos, emoções e sentimentos. E desconhece-se muito daquilo que as emoções provocam no ser humano. Vejamos algumas observações distintas:

- o professor australiano de Fisiologia Maxwell Bennett diz que "as emoções são uma subclasse de afectos (sentimentos)" e, como tal, aparecem misturadas com outros tipos de sentimentos como sensações, desejos (apetites), perturbações (agitações) e disposições, o que nos leva, por vezes, a fazer uma certa confusão dos seus significados;

- o professor J. LeDoux, um conhecido estudioso da emoção humana, em especial as suas estruturas não conscientes, afirma que "a faculdade de Emoção não existe", o que não significa que elas não existam; o que não existe, de facto, é a "faculdade" pois elas são algo que nos acontece, mais do que coisas que desejamos que nos aconteçam (estudaremos isto no curso);

- o neurocientista António Damásio, que estuda nos Estados Unidos, alerta para o facto de que a essência da emoção e a essência do sentimento são diferentes. Ele defende que as emoções "são programas complexos, em grande medida automatizados, modelados pela evolução; já os sentimentos são percepções compostas daquilo que acontece no corpo e na mente quando sentimos emoções";

- em psiquiatria, as emoções são consideradas reacções afectivas agudas, momentâneas, desencadeadas por estímulos significativos conhecendo-se vários tipos de perturbações emocionais (diferente de "estados emocionais") como a apatia, a anedonia (incapacidade de sentir prazer) ou neotímia (afectos estranhos sentidos por pessoas em estado psiocótico;

- o psiquiatra Augusto Cury fala em "emoções flutuantes" e em códigos emocionais;

- o médico e investigador Daniel Siegel afirma que "a realidade é moldada pelos processos emocionais e interpessoais" pelo que as emoções podem ser consideradas como processos integradores que ligam o mundo interno e social da mente;

- o filósofo Jean-Paul Sartre defendia que as emoções afectam o modo como vemos e entendemos o mundo;

- diversas correntes entendem que as emoções estão ligadas ao mundo espiritual e que é através da sua purificação que se pode ascender a níveis mais elevados de consciência.

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