No desenvolvimento da mente, as emoções desempenham um papel
determinante! Assim como a memória é fundamental para o nosso conhecimento
auto-biográfico e a formação do EU, as emoções participam activamente num processo que se chama
“integração”, isto é, a capacidade da mente inter-relacionar “uma variedade de
processos na sua atividade presente, bem como o seu funcionamento ao longo do
tempo” (Siegel, 1999).
Como atesta este investigador, “a emoção é inerentemente
uma função integrativa que liga os processos internos (mentais e orgânicos) e
os indivíduos”. Ou seja, ao contribuir para a formação da auto-consciência (estado
mental em que temos conhecimento da nossa própria existência e da existência
daquilo que nos rodeia), as emoções determinam a qualidade e a coesão daquilo
que sentimos.
Nesta função integradora (que nos permite ter consciência de
que somos uma pessoa singular e também nós-mesmos e não outra) entram ainda
outros processos dinâmicos que conduzem aos chamados “estados de espírito” (ou
sentimentos de fundo) como os sentimentos (mais duradouros que as emoções), as
percepções, os pensamentos, as memórias, as atitudes, as crenças e os desejos,
e no modo como tudo isto influencia o nosso comportamento e as nossas
interações com os outros.
Nelson S Lima