EMOÇÕES HUMANAS

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TEXTOS de Nelson. S. Lima

O SORRISO

O sorriso é uma manifestação tipicamente humana envolvendo uma das expressões faciais que mais frequentemente observamos nas pessoas. Sendo uma representação física de um estado mental (uma emoção, um sentimento), ele funciona como um artefacto que está presente na comunicação humana.

Na convivência social, o sorriso alivia tensões, facilita as relações, gera confiança. Por isso mesmo, uma pessoa naturalmente sorridente torna-se, aos olhos dos outros, numa pessoa simpática, atraente e cativante.

O sorriso é provocado de forma espontânea por estados emocionais geralmente associados ao prazer, à gratidão ou à surpresa agradável. Ele exprime-se através de uma série de músculos faciais cujo controlo é gerado automaticamente pelo sistema límbico, área do cérebro responsável pelas emoções. Isto significa algo muito interessante: todo o sorriso genuíno escapa a qualquer controlo consciente e por causa disso é muito difícil de evitar e também de inventar.

Não obstante, o sorriso é muitas vezes utilizado para ludibriar os outros. Há quem, com grande treino, consiga exibir sorrisos com alguma expressividade como acontece no teatro e no cinema. Na vida social, nos negócios e na política, os falsos sorrisos são também um recurso frequente para a obtenção de um clima simpático, gerador de confiança. 

Por exemplo, os vendedores aprendem a sorrir com alguma convicção para obterem uma atmosfera que dilua dúvidas nos potenciais compradores. O sorriso é pois uma ferramenta auxiliar da persuasão. Infelizmente, os falsos sorrisos, que escapem à atenção da vítima, podem ter consequências desastrosas quando são usados para enganar e obter vantagens menos lícitas junto de alguém.

Qual é a diferença decisiva?Acontece, porém, que um falso sorriso é muito diferente de um sorriso genuíno, o que nos permite detectá-lo e assim preparar-nos para nos protegermos.

Vejamos os mecanismos do sorriso: aquele que é verdadeiro exprime-se através de dois grupos de músculos faciais: o chamado “zigomático maior” e o "orbicularis oculi". O primeiro altera a boca; o segundo afeta o aspecto dos olhos. Ora bem, quando uma pessoa finge que está a sorrir apenas consegue controlar os músculos da boca. Não os dos olhos.

É que a expressão do sorriso nos olhos é controlado automaticamente pelo sistema límbico e fica inacessível a qualquer manipulação. Assim, não havendo uma genuína emoção que dê origem a um sorriso verdadeiro, os olhos ficam inexpresssivos ou então adquirem um aspecto estranho, não correspondente à emoção que se pretenda transmitir.

Quando alguém sorrir para si, não se deixe cativar apenas pela impressão geral. Se tiver dúvidas da sinceridade do interlocutor fixe a sua atenção nos olhos da pessoa e certifique-se que eles também "sorriem", isto é, se a expressão em torno deles se modificou de forma correspondente à da boca ou se, pelo contrário, se mantiveram inalterados ou com um aspecto desajustado do sorriso que a boca exibe.

Nelson S Lima

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